15 janeiro 2017

A caminho de Copenhague, fizemos uma pausa em Lisboa. Tivemos somente três horas para passear, o que para um lugar assim… é apenas um fiapinho de tempo. Aliás, conheço Lisboa desta maneira. A cidade me é apresentada em doses muito pequenas, como se fosse uma degustação de um precioso vinho. E de fato… é! Nas informações turísticas nos indicaram um taxi, com o qual rodaríamos por alguns pontos da capital lusitana - tão linda! Para nossa surpresa, o taxi era uma limousine muito antiga… e quem a dirigia era um senhor idoso que, de cara, nos cativou com seu jeito querido de ser. A sua fala era simplesmente deliciosa - um português doce e agradável, como dizia Cervantes. Quando começamos a rodar, ele disse: “Eu sou Manoel Calado e vocês tiveram muita sorte de me encontrar.” Ah sim - pensei! Pois eu tenho mesmo a felicidade de encontrar pessoas fabulosas pelo caminho. Com Manoel não poderia ter sido diferente. Além de amar sua cidade, a cantava em prosa e verso. Pois, nosso passeio foi uma aula de história e de literatura. Manoel disse-nos que… Fernando Pessoa fora um grande filósofo. O nosso guia, que de calado nada tinha, não deixaria de abordar a atual situação econômica e política de seu país, num dia... em que foi enterrado o ex-presidente Mário Soares.